Após desaparecer na F1, Nicholas Latifi tomou um novo caminho na vida
Desde sua saída da Fórmula 1 no final de 2022, quando foi substituído pelo americano Logan Sargeant na Williams, Nicholas Latifi praticamente desapareceu do cenário automobilístico. Conhecido tanto por seu nome quanto pelo apelido irônico “GOATifi”, o ex-piloto canadense seguiu um caminho completamente diferente após três temporadas na categoria.
O que Nicholas Latifi está fazendo agora?
Após sua passagem pela Fórmula 1, Latifi decidiu se afastar das pistas e seguir os passos de seu pai, Michael Latifi, empresário bilionário e um dos homens mais ricos do Canadá. Em julho de 2023, ele anunciou que colocaria sua carreira no automobilismo em pausa para se dedicar a um MBA na London Business School.
O processo de admissão no prestigiado programa durou cerca de cinco meses, e ao ser aceito, Latifi reconheceu que era hora de deixar para trás sua experiência na F1. Embora não descarte uma possível volta ao automobilismo em outras categorias, ele já afirmou que a Fórmula 1 não faz mais parte de seus planos.
O curso de MBA tem duração de um a dois anos, o que indica que Latifi já pode ter concluído seus estudos ou estar perto disso. No entanto, desde o anúncio do MBA, em julho de 2023, ele não fez novas publicações em suas redes sociais, tornando difícil acompanhar suas atividades recentes.
A trajetória de Nicholas Latifi na Fórmula 1
Latifi começou no kart aos 13 anos e chegou à Fórmula 1 aos 24, estreando pela Williams em 2020. Antes disso, ele já havia tido oportunidades de testar carros de F1 com Renault e Force India, além de ingressar na Williams Driver Academy em 2019.
Com a Williams enfrentando dificuldades financeiras, Latifi foi uma escolha natural para a equipe, trazendo um investimento estimado em €30 milhões (US$ 40 milhões), viabilizado pelos negócios de sua família. Durante a crise gerada pela saída da patrocinadora ROKiT e os impactos da pandemia da COVID-19, os Latifi ainda ajudaram a equipe a refinanciar suas dívidas junto ao HSBC.
Seu desempenho, porém, foi discreto. Em 2020, ele não conseguiu marcar pontos e terminou a temporada em 21º lugar em um campeonato com 20 pilotos. Seu companheiro, George Russell, ficou em 18º.
Em 2021, Latifi somou sete pontos, terminando em 17º no campeonato. Seu melhor resultado veio no GP da Hungria, quando cruzou a linha de chegada em sétimo. No entanto, sua performance foi ofuscada por Russell, que terminou em segundo na corrida seguinte, no polêmico GP da Bélgica.
Seu último ano na F1, 2022, trouxe apenas dois pontos, conquistados com um nono lugar no Japão. Ao final da temporada, ele foi substituído por Logan Sargeant.
Latifi aceitou a decisão da Williams com naturalidade: “A F1 é uma indústria baseada em resultados, e meu desempenho não foi o melhor por várias razões. Aceitei isso e segui em frente.”
Momentos marcantes na Fórmula 1
Apesar da curta carreira na F1, Latifi protagonizou momentos inesquecíveis.
No GP da Hungria de 2022, ele surpreendeu ao liderar a última sessão de treinos livres sob condições de pista molhada, ganhando reconhecimento momentâneo e reforçando o apelido “GOATifi” entre os fãs.
Entretanto, seu momento mais impactante — e controverso — ocorreu no GP de Abu Dhabi de 2021. Em uma disputa com Mick Schumacher, Latifi bateu sua Williams na curva 14, acionando o safety car a poucas voltas do fim da corrida decisiva entre Max Verstappen e Lewis Hamilton.
A decisão do diretor de prova, Michael Masi, de permitir que apenas alguns carros dessem a volta no líder e relargar a corrida mudou o desfecho do campeonato, favorecendo Verstappen na disputa pelo título. Embora a maior parte das críticas tenha recaído sobre Masi, Latifi passou a ser associado ao desfecho polêmico, algo que marcou sua passagem pela categoria.
Latifi entre os pilotos canadenses na F1
Apenas 15 pilotos canadenses disputaram uma corrida na Fórmula 1, e nove deles fizeram três largadas ou menos. Dentre os nomes mais expressivos, destacam-se:
- Jacques Villeneuve – único canadense campeão mundial de F1.
- Gilles Villeneuve – seis vitórias na carreira e um legado icônico.
- Lance Stroll – com mais de 290 pontos na carreira desde 2017.
Comparado a esses nomes, Latifi pode ser considerado o quarto piloto canadense mais bem-sucedido da história da F1. Embora sua trajetória tenha sido breve, ele deixou sua marca na categoria, seja por momentos memoráveis ou pela controvérsia que o acompanhou até sua despedida.