Após contrato de R$ 100 milhões da F1 virar caso de CPI no Brasil, vereadores tomam decisão

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A Fórmula 1 virou caso de CPI no Brasil. Entra ano, sai ano e sempre é questionada a presença do GP da maior categoria do automobilismo mundial em terras brasileiras. No momento a corrida está garantida até 2030, mas por aqui as coisas não ficaram apenas na pista, sendo a questão envolvendo a categoria foi para na Câmara de São Paulo.

Exatament sobre esse assunto, a Câmara Municipal de São Paulo oficializou, na última terça-feira (7), o arquivamento do pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos do GP de São Paulo de Fórmula 1. A iniciativa, que visava analisar o acordo firmado para a realização do evento a partir de 2021, foi encerrada devido à troca de legislatura, um procedimento comum com a entrada de novos vereadores após as eleições municipais.

O pedido de CPI foi protocolado em 25 de junho de 2021 pelo então vereador Antônio Donato (PT) e publicado no Diário Oficial no mesmo mês. Na época, outras três CPIs já estavam em andamento, e o regimento interno da Câmara limita a abertura de cinco comissões por ano. Como resultado, a “CPI da F1” ficou no final de uma fila com outros 16 pedidos de instauração de CPIs, incluindo outro com o mesmo objetivo. Donato deixou a Câmara em 2022, ao ser eleito deputado estadual por São Paulo.

O objetivo da CPI era investigar os contratos entre a Prefeitura de São Paulo, a MC Brazil Motorsport (ou Brasil Motorsport) e a Fórmula 1, que estavam sob sigilo. O contrato, avaliado em R$ 100 milhões, gerou questionamentos desde o início, especialmente pela ausência de licitação e pelo sigilo imposto pela prefeitura. Em janeiro de 2021, a Justiça chegou a suspender o contrato, mas a decisão foi revertida por um desembargador dois meses depois.

CPI não teve andamento nos anos seguintes

Ao longo dos anos, o pedido de CPI não avançou, mesmo com o objetivo de analisar possíveis irregularidades no contrato. Entre os argumentos apresentados por Donato, estavam a preocupação com o uso de recursos públicos em meio à pandemia de Covid-19, a falta de retorno financeiro devido à ausência de público integral em 2021 e possíveis violações aos princípios de moralidade e eficiência administrativa.

Naquele ano, o GP de São Paulo foi realizado com público reduzido devido às restrições sanitárias, e os ingressos disponíveis rapidamente se esgotaram. A Fórmula 1 continuou a atrair grande interesse no Brasil, apesar de não alcançar a mesma popularidade dos anos 1980 e 1990. A audiência global da categoria, por outro lado, apresentou crescimento consistente nos anos anteriores à pandemia.

O arquivamento oficial encerra a tentativa de investigar os contratos do GP de São Paulo. Nesse período, o evento manteve sua realização anual e, em 2023, renovou contrato com a Fórmula 1, garantindo sua presença no calendário até pelo menos 2030.

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