“Dono” da Mercedes está passando dificuldade, equipe pode sair da F1?

0

No mundo dos esportes é cada vez mais comum magnatas por trás de grandes nomes, sejam clubes de futebol e até mesmo equipes de Fórmula 1. Porém, um atual cenário une esses dois pontos, com um magnata à frente do lendário clube Manchester United, da Inglaterra, e ainda da Mercedes, na F1.

Sir Jim Ratcliffe é o responsável por tal fato. O magnata está passando por dificuldade, mas não pense que é financeira. O bilionário tem enfrentado críticas intensas por sua gestão no Manchester United, mas isso dificilmente afetará seus outros grandes investimentos esportivos, incluindo sua participação na equipe Mercedes de Fórmula 1.

A relação de Ratcliffe com a Mercedes começou em 2020, quando sua empresa, a Ineos, firmou um contrato de patrocínio com a equipe. Pouco tempo depois, a Ineos adquiriu um terço das ações da equipe, anteriormente detidas pela Daimler, empresa-mãe da equipe alemã.

Com essa movimentação, a propriedade da equipe foi dividida igualmente entre a Daimler (que reduziu sua participação de 60% para 33,3%), a Ineos (33,3%) e o diretor da equipe, Toto Wolff (33,3%). Sendo assim, Ratcliffe é um dos donos da equipe.

Bilionário não tem lugar no conselho da equipe

Diferentemente do cenário no Manchester United, onde Ratcliffe é um acionista minoritário com influência significativa devido à sua participação de voto, sua atuação na Mercedes é muito mais indireta. Apesar de ser presidente da Ineos, ele não ocupa um assento no conselho da equipe da F1, que é composto por representantes da Daimler, da Ineos e por Toto Wolff e seu parceiro de negócios Rene Berger. Essa estrutura permite que a gestão da equipe tome decisões independentes no dia a dia, deixando Ratcliffe fora das operações diárias.

Desde que adquiriu sua parte na Mercedes, Ratcliffe tem mantido uma presença discreta nas corridas, especialmente devido ao tempo dedicado ao Manchester United. Mesmo assim, os desafios que enfrenta no futebol não devem interferir na operação da equipe de F1, que segue focada em disputar os títulos na nova temporada. Por isso, para alegria dos fãs, o time alemão não corre qualquer risco.

Ratcliffe atraiu críticas dos torcedores do Manchester United por medidas impopulares, como o aumento do preço dos ingressos para sócios (agora 66 libras) e a remoção de benefícios para crianças e aposentados. Após adquirir 27,7% do clube por 1,3 bilhão de libras em dezembro de 2023 e ampliar sua participação no mês seguinte, ele implementou cortes, incluindo a suspensão de um fundo para ex-jogadores, demissões de 250 funcionários e a retirada de Sir Alex Ferguson do papel de embaixador.

Além disso, o clube enfrenta um momento difícil, ocupando apenas a 13ª posição na tabela da Premier League, com um estádio em condições precárias, incluindo vazamentos e problemas de infestação.

Essas questões colocam Ratcliffe sob pressão e destacam seu histórico em outros investimentos esportivos, como a aquisição do clube suíço Lausanne em 2017 e do francês Nice em 2019, ambos com resultados variados.

No ciclismo, a Ineos comprou a equipe Team Sky em 2019, que foi renomeada como Ineos Grenadiers, mas enfrenta dificuldades para manter sua supremacia. Na vela, sua parceria com Sir Ben Ainslie tem sido promissora, embora ainda sem conquistar a America’s Cup, graças ao suporte técnico da Mercedes.

A Ineos também está envolvida em outras áreas, como o patrocínio à equipe de rugby da Nova Zelândia e o apoio a Eliud Kipchoge, que se tornou o primeiro homem a completar uma maratona em menos de duas horas.

Embora Ratcliffe seja reconhecido por seu sucesso como empresário, suas iniciativas esportivas estão sob dúvidas. Um retorno da Mercedes ao topo da Fórmula 1 pode ajudá-lo a aliviar parte dessa pressão.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.