Entrada da Cadillac na F1 causa preocupação no chefão da Mercedes
A Cadillac estreará na Fórmula 1 em 2026, em parceria com a Andretti. No entanto, a proposta foi reformulada para priorizar a imagem da marca americana, parte do grupo General Motors, considerada mais atraente e menos controversa do que Michael Andretti no cenário da categoria.
Ainda assim, a entrada de uma 11ª equipe gerou controvérsia entre as equipes já estabelecidas, como a Mercedes, especialmente em relação à compensação financeira que será paga pelo novo time, uma preocupação frequentemente destacada por Toto Wolff.
Embora a Cadillac tenha assegurado sua vaga na F1, isso não elimina os problemas discutidos nos últimos dois anos. O principal ponto de discórdia envolve a compensação financeira pela redução da receita causada pela divisão dos lucros entre mais uma equipe no grid.
Para mitigar esses impactos, a Fórmula 1 instituiu um fundo anti-diluição como parte do Acordo da Concórdia. Originalmente fixado em 200 milhões de dólares, esse montante deveria ser pago por novos fabricantes ao ingressarem no esporte e dividido entre as equipes existentes.
Contudo, o valor do fundo foi considerado insuficiente diante da crescente avaliação da F1 e de suas equipes. Assim, quando os acordos atuais expirarem no fim de 2025, o valor será reajustado para 450 milhões de dólares, quantia que a Cadillac deverá desembolsar para garantir sua entrada.
O que diz o chefe da equipe Mercedes?
Apesar desse aumento, Toto Wolff, chefe da Mercedes, acredita que a compensação ainda é insuficiente:
“No início, estamos perdendo“, afirmou Wolff à Auto Motor und Sport. “Não sabemos quanto a Cadillac investirá na Fórmula 1. A taxa de 450 milhões de dólares é muito baixa e não cobre a perda direta de receita”.
Wolff também questionou os benefícios da chegada de uma 11ª equipe, mesmo sendo parte de um conglomerado global como a General Motors:
“Só o tempo dirá qual será o impacto positivo da entrada de um novo participante no campeonato. Se o valor do esporte aumentar, todos se beneficiarão, mas isso ainda não é garantido”.
O chefe da Mercedes ainda ressaltou a falta de informações detalhadas sobre os planos da Cadillac, apontando uma possível dependência inicial da equipe em motores fornecidos pela Ferrari:
“Se a Cadillac entrasse agora com uma equipe totalmente de fábrica e investisse um orçamento de marketing significativo na F1, seria, sem dúvida, uma adição valiosa ao esporte“.