Famoso nome com anos de experiência, foi pego de surpresa com a temporada 2024 da Fórmula 1
A temporada 2024 da Fórmula 1 chegou ao fim em Abu Dhabi, mas ainda há muito a ser analisado com base nos dados dos carros, especialmente porque o desempenho superou as expectativas iniciais.
Um dos aspectos mais notáveis foi evidenciado nos tempos de classificação em algumas das últimas corridas da temporada. Graças a determinados fatores, houve um progresso cronométrico mais significativo do que o previsto, tanto pelas equipes quanto pela Pirelli.
Durante o último fim de semana de corrida do ano, a fabricante italiana de pneus com anos de experiência na categoria, destacou que as velocidades e melhorias alcançadas pelos carros em 2024, tanto nos tempos de volta quanto nos picos de carga, foram superiores ao que havia sido projetado nas simulações.
Todos os anos, a Pirelli recebe simulações das equipes sobre o desempenho esperado para a temporada seguinte, o que serve como referência para avaliar as cargas previstas nos pneus. Além das simulações internas, a fabricante utiliza dados fornecidos pelas equipes, incluindo relatórios detalhados e simulações de longa distância, compartilhados algumas semanas antes de cada GP.
A comparação entre os dados simulados e os resultados reais nas pistas revelou insights relevantes.
“Nas últimas corridas, observamos um aumento maior no desempenho do que o esperado, além de cargas muito elevadas, especialmente de duas ou três equipes”, explicou Simone Berra, engenheiro-chefe da Pirelli. Ele enfatizou a importância de monitorar essas informações para compreender o impacto das cargas em cada pneu durante as corridas.
Segundo Berra, as simulações normalmente são realizadas para o início e o final da temporada, mas os níveis de carga registrados em 2024 superaram todas as previsões:
“Acreditávamos que esses níveis de carga seriam atingidos mais adiante, mas o desenvolvimento foi muito além do esperado.”
Evolução das equipes também foi outro fator
Além disso, a curva de desenvolvimento das equipes foi surpreendente. Esperava-se que o ritmo de evolução desacelerasse, mas, ao contrário, o desempenho continuou crescendo consideravelmente.
“A evolução dos carros tem sido fascinante, porque imaginávamos que as equipes alcançariam um limite de desenvolvimento. Mas, na prática, há ainda mais desempenho a ser explorado. Um exemplo claro é a Mercedes, que mostrou uma grande melhoria nas últimas corridas”, acrescentou Berra, citando o W15 como um dos carros que mais evoluíram.
A Mercedes, conhecida por suas configurações de suspensão mais baixas e rígidas, demonstrou avanços significativos em pistas com asfalto liso, onde a carga aerodinâmica inferior foi mais eficaz.
Nos tempos de volta, o progresso foi evidente nas últimas corridas, impulsionado por fatores como o desenvolvimento dos carros, melhorias nas pistas, maior entendimento sobre os pneus e as oportunidades oferecidas pela reabertura do parque fechado em finais de semana com corridas sprint.
Vale lembrar que, em 2023, a Pirelli alterou a construção dos pneus na metade da temporada para lidar com cargas cada vez maiores. Como não houve mudanças nos pneus entre 2023 e 2024, as equipes iniciaram a temporada já familiarizadas com suas características, o que facilitou a adaptação.
Em algumas etapas, como no Catar, as condições favoráveis – temperaturas mais amenas e um asfalto melhor – também contribuíram para a queda nos tempos. Porém, de forma geral, o desempenho dos carros em 2024 superou todas as expectativas.
Mesmo em Abu Dhabi, o avanço foi notável, com uma melhora de quase um segundo no tempo da pole em comparação com 2023. Quando analisado o desempenho da McLaren, o progresso é ainda mais impressionante, mostrando uma evolução superior a um segundo em relação ao mesmo período do ano anterior.