A temporada 2025 da Fórmula 1 tem início nesta semana na Austrália, e enquanto as atenções estão voltadas para Melbourne, Helmut Marko, influente consultor da Red Bull, fez uma avaliação criteriosa sobre alguns dos jovens pilotos que estreiam na categoria este ano. Entre eles, o brasileiro Gabriel Bortoleto, que defenderá a Sauber, recebeu críticas do dirigente austríaco, mesmo após conquistar títulos consecutivos nas categorias de base.
Em uma entrevista recente, Marko categorizou os novatos do grid em três grupos: “A”, “B” e “C”. Para ele, os pilotos de nível “A” são aqueles com potencial para se destacar na F1 e disputar títulos no futuro. Os de nível “B” são competentes o suficiente para permanecer na categoria por algumas temporadas, enquanto os classificados como “C” teriam dificuldades para se firmar no grid.
O que disse o consultor sobre o brasileiro?
De forma surpreendente, Gabriel Bortoleto, que brilhou ao conquistar os títulos da Fórmula 3 e Fórmula 2 em suas temporadas de estreia, foi colocado por Marko na categoria “B”. Segundo o consultor da Red Bull, apesar dos resultados expressivos, o brasileiro não demonstrou a “velocidade pura” necessária para ser considerado um talento de elite.
“Gabriel não apresenta velocidade pura suficiente. Ele venceu as categorias inferiores, mas sem um amplo domínio. Foram apenas duas vitórias na F2 e uma temporada conservadora na F3. Ele tem um bom controle dos pneus, uma boa visão estratégica e sabe levar o carro de volta aos boxes em segurança, mas falta aquele algo a mais”, afirmou Marko em entrevista à imprensa austríaca.
Em contrapartida, Marko destacou Andrea Kimi Antonelli, piloto da Mercedes, como um talento de nível “A”, afirmando que ele tem tudo para se tornar um grande nome da categoria. O consultor elogiou abertamente o italiano, ressaltando seu potencial, apesar da pressão de estrear diretamente por uma equipe de ponta.
“Antonelli é claramente um piloto nível A. A pressão sobre ele será enorme, pois está chegando a uma equipe forte, mas seu talento é inegável. Não tenho dúvidas de que ele se destacará rapidamente”, declarou.
Outro piloto que gerou polêmica foi Jack Doohan, da Alpine. Marko foi cético quanto ao futuro do australiano na categoria e afirmou: “Para mim, ele é um piloto de nível C. Não acredito que completará a temporada”.
Já Oliver Bearman, da Haas, recebeu elogios e foi classificado como um talento “A”, embora Marko tenha destacado que o britânico precisa amadurecer para evitar erros. O consultor também elogiou Isack Hadjar, da academia da Red Bull, colocando-o no nível “A”, apesar de o francês ter perdido o título da Fórmula 2 para Bortoleto.
“Hadjar ficou a poucos pontos do título na F2. Nossa equipe analisou que ele perdeu o campeonato por detalhes mínimos, algo em torno de quatro ou cinco pontos. Isso não desvaloriza seu potencial. Se olharmos friamente, pequenos problemas técnicos e detalhes pontuais tiraram sua chance de ser campeão”, comentou Marko.
Essas declarações prometem alimentar as discussões sobre os novatos da temporada, especialmente com a estreia de Bortoleto pela Sauber no próximo fim de semana, no GP da Austrália. O brasileiro terá pela frente o desafio de guiar pela equipe menos competitiva do grid e ainda buscará provar ao exigente dirigente austríaco que pode superar as expectativas.
A disputa entre os estreantes promete ser um dos grandes atrativos do campeonato. Antonelli enfrentará pressão por resultados imediatos na Mercedes, enquanto Bortoleto precisará se adaptar rapidamente ao ambiente desafiador da Fórmula 1 e rebater as críticas sobre seu potencial.
A grande questão é: Bortoleto conseguirá provar que Marko está errado? Essa dúvida acompanhará os fãs ao longo do ano, adicionando ainda mais expectativa às performances dos novatos nesta nova temporada da Fórmula 1.