Lewis Hamilton iniciou sua jornada na Ferrari com o objetivo de se conectar mais profundamente com a equipe e a cultura italiana. Durante um discurso na sede da escuderia, em Maranello, o britânico falou em italiano para agradecer o acolhimento:
“Olá a todos, obrigado pelo caloroso acolhimento. Estou feliz por começar esta nova aventura com vocês na Ferrari. Sempre foi meu sonho fazer parte desta equipe. Mal posso esperar para trabalhar com vocês. Obrigado.”
O jornalista José M. Zapico destacou esse gesto como uma diferença significativa entre Hamilton e Michael Schumacher, apontando que o alemão “nunca foi realmente querido na Itália” justamente por evitar falar o idioma local.
“Ele era chamado de ‘Il Tedesco’ (o alemão) e ‘Sochmacher’, um apelido bastante pejorativo. Era criticado por nunca dizer uma palavra em italiano. Hamilton, pelo menos, teve o cuidado de ler no seu iPhone”, comentou Zapico na rede social X (antigo Twitter).
O dia que Schumacher surpreendeu com atitude
Apesar dessa visão, o jornalista italiano Leo Turrini relembrou um momento marcante em 2004, quando Schumacher surpreendeu a todos ao discursar em italiano durante uma cerimônia em Fiorano.
“Foi na temporada mais bonita da Ferrari na F1. O município de Fiorano me convidou para conduzir uma cerimônia pública em homenagem a Jean Todt, Rubens Barrichello e Schumacher, que receberiam o título de cidadãos honorários”, contou Turrini.
Antes do evento, Jean Todt o alertou de que Schumacher não gostava de falar italiano em público e pediu que a entrevista fosse conduzida em inglês. “Muito simpático, como sempre”, ironizou o jornalista.
Porém, ao ser questionado sobre o que mais gostava na Itália além da Ferrari, Schumacher surpreendeu. “Não sei o que aconteceu. Nunca entendi, de verdade. Diante de toda aquela gente, Michael respondeu em italiano. Falou sobre culinária, futebol e carros de rua, no idioma de Dante. O teatro veio abaixo. É a lembrança mais bonita que tenho dele”, concluiu Turrini.